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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

COMPARAÇÃO DE 3 SUPRAGLOTICOS DIFERENTES (COMPARISON OF THREE DIFFERENT SUPRAGLOTIC AIRWAY DEVICES)

Colegas,

Artigo recente e interessante comparando três supraglóticos diferentes.

A dor de garganta é uma queixa comum após a cirurgia em pacientes submetidos a anestesia geral. Isso afeta a satisfação do paciente e muitas vezes retarda a alta hospitalar. As possíveis causas: 1)Trauma direto pela introdução de materiais rígidos na via aérea; 2)Força excessiva durante a laringoscopia; 3)Forças inadequadas geradas por hiperinsuflação de "cuffs".

Esse trabalho comparou a Máscara Laríngea Unique, a Máscara Laríngea Supreme e a I-gel em relação a incidência de dor de garganta em 436 pacientes submetidos a anestesia de menos de 2 horas e monitorando a pressão do "cuff" dos dispositivos em que ele está presente.
A conclusão foi que a incidência de dor de garganta foi semelhante entre os supraglóticos estudados. O que vale a pena ressaltar é que a monitorização do "cuff" durante a cirurgia pode reduzir complicações faringe-laringeas em até 70%(Anesthesiology 2010; 112:652-657).
O estudo apresenta limitações mas as comparações entre supraglóticos são sempre interessantes para termos isso em mente na hora de decidir qual é melhor para o meu hospital.

Segue o endereço do resumo do artigo: 

http://journals.lww.com/ejanaesthesiology/Abstract/publishahead/Sore_throat_following_three_adult_supraglottic.98714.aspx

Bom final de semana à todos.

Via Aérea Difícil em Neonato com Encefalocele Posterior Gigante

Colegas,

Segue relato de caso enviado por um aluno do curso do CTVA que será apresentado no congresso da ASA em Chicago nesse ano (2016).


INTRODUÇÃO:

Pacientes apresentando encefalocele, um quadro clínico raro, faz do ato anestésico um desafio. Encefalocele é o defeito do tubo neural que se caracteriza pela protrusão do cérebro e meninges através de um defeito no crânio. Além dos cuidados inerentes da anestesia pediátrica, o anestesista tem que lidar com o posicionamento incomum, dificuldade de intubação traqueal e anomalias associadas durante o curso perioperatório. A utilização de testes preditivos na avaliação da via aérea difícil, como parte da rotina clínica é limitada na população prediátrica e em especial na população neonatal. A ocorrência de anomalias congênitas pode ser um indício para o potencial dificuldade de intubação.

RELATO DE CASO:
Paciente neonato feminino, 12 dias, 2.260 kg, estado físico PII e avaliação cardiológica classe I, com quadro de encefalocele grande em região occipital íntegra associado a microcefalia, submetida a tratamento cirúrgico de encefalocele posterior gigante. Monitorizada com SpO2, PANI, ECG (DII e V5), ETCO2, temperatura esofagiana e diurese. Realizado indução anestésica EV com fentanil (0,7mcg/kg) e propofol (2,7mg/kg). Realizado intubação orotraqueal em decúbito lateral esquerdo com tubo orotraqueal número 2,5 e manutenção com sevoflurano e óxido nitroso sem intercorrências. A ventilação manual sob máscara foi fácil e monitoriazada através da capnografia. Como dispositivos de resgate, havia dispositivo supraglótico tipo máscara laríngea, videolaringoscópio Airtraq Neonatal e equipe cirúrgica pronta para realização de cricotireoidostomia por punção ou traqueostomia se necessário. O procedimento cirúrgico ocorreu sem intercorrências, sendo encaminhado para UTI Neonato estável hemodinamicamente e entubado, sendo extubada no pós-operatório tardio sem intercorrências.

DISCUSSÃO:
O manejo de crianças com encefalocele gigante requer o conhecimento atualizado sobre as possíveis dificuldades encontradas durante o período perioperatório. Eles precisam de cuidados anestésicos especializado para lidar com a intubação traqueal difícil, anomalias congênitas associadas, posicionamento incomum, distúrbios hidroeletrolíticos, hipotermia e distúrbios cardiorrespiratórios. A antecipação à possíveis eventos complicadores, uma atenção integral multidisciplinar durante o período perioperatório além de um bom entrosamento com a equipe cirúrgica são fatores essenciais para a realização de um procedimento seguro.

REFERÊNCIAS:
- Walia B, Bhargava BP, Sandhu K. Giant Occipital Encephalocele. MJAFI. 2005;61:293– 4. 


O CTVA agradece ao Dr. Cirilo Haddad por ceder esse caso em nosso BLOG!