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domingo, 29 de setembro de 2013

Ok! EU TENHO UM FIBROSCÓPIO MAS E AGORA ????

É verdade que a utilização de equipamentos e Kits adequados ajuda muito no manejo das vias aéreas , principalmente nos casos difíceis. Mas o mais importante não é ter o equipamento, mas sim saber as indicações, limitações e saídas possíveis em situações mais complexas. Apesar do fibroscópio ser o gold standard para o manejo da via aérea difícil, ele por si só não resolve o problema, é o operador que comanda o fibroscópio quem deve saber como melhor explorar seus recursos.
Desta maneira o caso a seguir ilustra esta situação onde apesar de termos o fibroscópio disponível, necessitamos elaborar uma estratégia frente os desafios.
Paciente 39 anos , feminina, sofreu trauma em face após acidente automobilístico. Foram descartadas lesões neurológicas  na cabeça e também na coluna cervical. Mas apresentava fraturas em orbita direita, maxila bilateral, arco zigomático e osso nasal. Observem a reconstrução 3D da Tomografia Computadorizada.


A proposta cirúrgica era a correção das fraturas via trans-oral (então intubação nasotraqueal seria recomendável) e em seguida correção da fratura nasal ( neste caso teríamos que mudar para intubação orotraqueal). Ao examinar a paciente observamos que existia uma limitação importante da abertura bucal ( distancia interincisivos de apenas 1,5 cm) provavelmente por dor mas também por restrição da mobilidade da articulação temporomandibular  pelas fraturas. A pequena abertura bucal limita o acesso à cavidade oral da maior parte das lâminas de laringoscópios, videolaringoscópios e dificulta técnicas retrógradas . 
Este é um ótimo caso para fibroscopia , mas examinando a via nasal observamos que o trauma acentuou muito um desvio do septo nasal anterior produzindo quase que total oclusão da narina esquerda. A opção foi preparar a narina direita para receber o tubo traqueal ( vasoconstrição e anestesia local) , mas o mais calibroso possível foi apenas tamanho 5,5 mm de diamentro interno (ele tem cerca de 8,0mm diamero externo).  Isto causou mais um fator complicador, pois o fibroscópio disponível tinha 5,7mm de diâmetro, assim não seria possível introdizir o fibro dentro do tubo traqueal e guiar a intubação pelas suas imagens .


A estratégia foi introdução do tubo pela narina direita e introdução do fibroscópio pela boca. Assim que a ponta do tubo ganhou a nasofaringe, pudemos visualiza-lo pelo fibroscópio e com algumas manobras de rotação pudemos orientar o tubo traqueal em direção à traqueia. Após a correção das fraturas da face observamos o desbloqueio da mandíbula e transição para intubação orotraqueal foi feita com laringoscopia direta.
Certamente existem outras estratégias que poderiam ser empregadas. Gostaríamos que os leitores comentassem algumas delas.
Equipe CTVA.

sábado, 7 de setembro de 2013

Disseminação do Conhecimento

Caros Colegas,

O CTVA sente-se muito orgulhoso em contribuir com o aprimoramento dos anestesiologistas do nosso país. Segue cópia exata dos e-mails recebido após o curso de Ribeirão Preto:


É com prazer que envio esta foto para que vc possa ver a Gabriela (R1do nosso serviço ) que fez o curso de VAD aqui em Ribeirão, realizando hoje uma intubação com a utilização do fibroscópio em um paciente acordado, sob a supervisão do Dr. Hermínio e da Dra Ana Paula, que tb fizeram o curso.
Trata-se de um paciente  jovem que mergulhou em água rasa  e apresentava fratura de C5 e paresia de MSD. Estava com colar cervical e Glagow 15.
Mais uma vez, obrigada por nos auxiliar a desmistificar a dificuldade na utilização do fibroscópio
Por favor, compartilhe com os demais instrutores.

Cláudia Feracini





Realmente ensinar  são para poucos, pois a maioria tem medo de compartilhar o conhecimento, achando que com isso aumentam a concorrência.
Mais uma vez, parabéns pela iniciativa, disposição e acessibilidade de vocês.
É claro que pode colocar no Blog o caso de ontem.
Hoje (domingo ) realizamos outra intubação por fibroscopia com o paciente acordado. Muito boa esta anestesia tópica!!
Paciente com múltiplas fraturas de membro superior. Tudo preparado para realizar bloqueio de plexo, mas quando o paciente chegou vimos que o mesmo tinha uma abertura bucal muito reduzida (< 3cm) devido a fratura de mandíbula. Indicamos então a intubação nasal por fibroscopia. Sucesso......
Boa noite e mais uma vez obrigada 
Ah, obrigada tb pelas indicações dos fibros. Já estamos realizando as cotações. O que nós estamos utilizando é da CCP.

Cláudia Feracini




























Caros colegas de Ribeirão,

Nós, do CTVA, agradecemos a oportunidade de poder trocar idéias e experiências com vocês e estamos muito satisfeitos com o resultado do manejo de vias aéreas que agora vocês estão realizando.
Continuem assim e sintam-se a vontade para participar ativamente do nosso BLOG.
Bom final de semana a todos.