Translate

terça-feira, 30 de setembro de 2014

BRA ( Brazilian Routines for the Airway)

Segue o video de divulgação do evento B.R.A.
25 e 26 de outubro de 2014.
Centro convenções do Complexo Edmundo Vasconcelos
São Paulo.
Informações e inscrições : ctvacursos@gmail.com


quinta-feira, 1 de maio de 2014

MANEJO DA VIA AÉREA EM UM CASO DE ESTENOSE DE CANAL MEDULAR

Paciente so sexo feminino, 55 anos, apresentando dor com irradiação para membros superiores à movimentação do pescoço, sendo pior na extensão, sem poder realizar atividades habituais.

Antecedentes pessoais:hipertensa em uso de bloqueador de canal de cálcio e diurético pela manhã.

Exame Físico: fácil luxação da mandíbula e dor para abrir a boca além de um bócio de tireóide.

Exame de imagem: tomografia computadorizada de coluna cervical com estenose de canal medular de C2 até C6.

Proposta cirúrgica: Descompressão de canal medular

Conduta: Monitorização da pressão arterial invasiva, acesso venoso periférico com cateter de teflon 14G e monitorização habitual.

Manejo das vias aéreas:

Anestesia tópica das vias aéreas com uso de atomizador e lidocaína 2% sem vasoconstritor, inserção de cânula orofaríngea VAMA e intubação orotraqueal com auxílio da fibroscopia flexível associado a técnica de "spray as you go" além de sedação com 50 microgramas de fentanil intravenoso.

Após progressão do tubo 7,5 com cuff para a traquéia e confirmação pela capnografia, iniciada indução inalatória com sevoflurano para anestesia geral com a finalidade de obter maior estabilidade hemodinâmica.

Ao final do procedimento, realizada analgesia com morfina 0,2 mg/kg intravenosa e observado parâmetros necessários para extubação. Após extubação, paciente encaminhada para a recuperação pós-anestésica com SpO2=98% com cateter de oxigênio nasal 2,0 L/min e mobilidade de membros preservada sem queixas.


Esse relato de caso gentilmente enviado pelo Dr. Ricardo Gonçalves Prado TSA/SBA





domingo, 23 de fevereiro de 2014

O BOUGIE já pode ser aposentado ?

     A ideia de utilizar um cateter introdutor para facilitar  ou guiar a  intubação traqueal  não é novidade. O BOUGIE ou melhor GUM ELASTIC BOUGIE (GEB)  aparece já como uma técnica descrita por Minnitt & Gillies no livro " Textbook of Anaesthetics" em 1984.  Em 2003 o Dr. J J Henderson  publicou uma carta no periódico  Anaesthesia  intitulada :Development of the Gum Elastic Bougie  , onde o considerava   um dos mais utilizados e importantes dispositivos da história da anestesiologia. Até mesmo Sir Robert Macintosh, quem desenvolveu a lâmina de laringoscopia que leva seu nome, diz em seu artigo An aid to oral intubation  :  " uma das dificuldades em concretizar a intubação traqueal é que muitas vezes devido ao calibre do tubo , seu próprio diametro obstrui a visão da via aérea quando introduzido e dificulta o direcionamento correto , mas utilizando um cateter fino e longo podemos visualizar a ponta passando pelas cordas vocais e posteriormente usá-lo como guia para a introdução do tubo traqueal ".
 
        Mas somente em 1970, após o lançamento comercial do cateter de ESCHMANN ( Endotracheal Tube Introducer by Eschmann Bros & Walsh Ltd ), é que o dispositivo ganhou popularidade e passou a ser utilizado mundialmente. Este cateter tinha algumas diferenças daquele descrito anteriormente . Inicialmente , não era feito de borracha, mas sim de poliéster e revestido por várias camadas de resina, isto garantia durabilidade e permitia a re-esterilização para nova utilização. Ganhou um comprimento maior, com 60cm de comprimento, ficou longo a bastante para facilitar as manobras de  introdução do tubo traqueal. E talvez o maior avanço foi o aperfeiçoamento da extremidade distal com uma angulação permanente de 35°, o que permitia manobrar o cateter com mais facilidade para desviar de obstáculos. Com todas estas mudanças El-Orbany  et all em 2004 discutiu que não deveríamos chamar este dispositivo de BOUGIE :  Not Gum, no elastic and no Bougie . Mas o termo Bougie até hoje é usado para designar os cateteres introdutórios traqueais .
       Os Bougies passaram a fazer parte dos algoritmos de manejo da via aérea, tanto como material básico recomendado (DAS-Difficul Airway Society 2005)  e como estratégia para lidar com a via aérea difícil  ASA - TASK FORCE -2013 . Muitos fabricantes desenvolveram modelos diferentes de cateteres, ofertando uma grande variedade no mercado, mas mantendo o design original e  preferencialmente de uso único em virtude dos custos elevados e risco da esterilização.


       O  Dr. Richard Levitan comenta sua opinião sobre os cateteres introdutórios e correlaciona a utilização com sucesso à visualização de pelo menos parte da epiglote : " O Bougie não é um míssil teleguiado, ele não vai encontrar a traqueia automaticamente, é necessária a visualizar alguns pontos de referencia, pelo menos a epiglote ou preferencialmente as cartilagens posteriores , para direcionar o guia na direção correta".
       Mas hoje estamos na era da imagem e os grandes avanços tecnológicos nos trazem dispositivos fantásticos para manejo da via aérea,  como os videolaringoscópios que permitem a visualização indireta da fenda glótica , mesmo nos casos mais difíceis, ou os novos fibroscópios cada vez mais acessíveis e portáteis. Será que neste cenário, os simples cateteres introdutores poderiam ser aposentados ?
       Nós do CTVA acreditamos que NÃO. Tanto que durante nossos cursos dedicamos um módulo de workshop para desenvolvimento da técnica e habilidade em vários modelos de BOUGIES.
     
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  Cada vez mais aparecem referencias à utilização dos BOUGIES em novas situações : como guia para facilitara introdução de supraglóticos  que possuem canal de drenagem gástrica, também conhecidos como de 2° geração ( Bougie guided LMA Pro-Seal ) ou mais recentemente como técnica auxiliar de cricotireoidostomia de resgate no cenário NÃO INTUBO/NÃO VENTILO ( Cricothyrodotomy Bougie Technique is faster ) . Ou até como método  auxiliar nos videoslaringoacópios que possuem canal lateral .
 


 
                  A jornalista Mara Luquet tem uma coluna na radio CBN  chamada " Aposentados ficavam nossos avós" onde é discutida a necessidade de planejamento financeiro para a aposentadoria, mas ela sempre comenta que as pessoas tem aumentado em muito seu período produtivo e tem se aposentado muito mais tarde. Bom creio que o Bougie ainda está muito longe da aposentadoria !!!!!! 
      

      
 
 
 
 


      

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

INCÊNDIO NA SALA OPERATÓRIA (PREVENÇÃO E MANEJO)


Esse artigo, visa orientar a prevenção e o manejo de incêndios nas salas operatórias. As recomendações ("Advisory") não tem suporte científico de literatura como, por exemplo, um "guideline". Isso porque não existem trabalhos suficientes para basear essas decisões.

Para se ter FOGO, necessariamente precisamos de três componentes, conhecido como tríade de fogo: 1- oxidante, 2- Fonte de ignição e 3- Combustível.

Os oxidantes usados na sala operatória são: oxigênio e óxido nitroso. Podemos ter uma atmosfera rica em oxidantes em circuitos respiratórios fechados ou semi-fechados incluindo a via aérea. Ainda, o modo como os campos cirúrgicos são colocados podem formar áreas de grande concentração de oxigênio.

As fontes de ignição incluem, mas não estão limitadas a: bisturi elétrico, laser, brocas, bisturi de argônio, cabos de fibra óptica, pás de desfibrilação, etc.

As fontes de combustível incluem, mas não estam limitadas a: tubo traqueal, escovas cirúrgicas, campos  cirúrgicos, gaze, soluções antisépticas que contenham álcool, soluções que contenham éter ou acetona, máscara ou catéter de oxigênio, cabelo do paciente, vestimentas, cobertores, etc.

Esse artigo define fogo na sala operatória como qualquer fogo que ocorre no paciente ou próximo a ele durante os cuidados anestésicos. Além disso, procedimentos de ALTO RISCO são aqueles onde a fonte de ignição está muito próxima ao oxidante (exemplos: amigdalectomia, traqueostomia, retirada de papilomas em via aérea, cirurgias oftalmológicas, etc.).

IMPORTANTE: Quando administramos oxigênio suplementar em sistema aberto na sala operatória, QUALQUER procedimento passa a ser de risco para incêndio!!!!!!

O colega anestesiologista Dr. Raul Chevarria Clavijo enviou esta foto onde ocorreu FOGO na via aérea em uma cirurgia onde foi utilizado cautério à LASER. Vejam o estado do tubo traqueal!!!!


Segue o Algoritmo da Sociedade Americana de Anestesiologia!

O CTVA aproveita para desejar um Excelente Ano de 2014 a todos.