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terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Treinamento para intubação em regurgitações maciças

O Dr. Jim DuCanto, MD, desenvolveu equipamento para treinamento da intubação em situações de emergência em pacientes com regurgitação maciça.
Ele deu o nome de "SALAD" - SUCTION ASSISTED LARYNGOSCOPY AND AIRWAY DECONTAMINATION. Consiste na utilização de uma canela de aspiração desenvolvida por ele de grosso calibre e rígida e uso do videolaringoscópio C-MAC.
Todo o sistema de treinamento foi idealizado e desenvolvido por ele e é uma boa ferramenta para treinamento de uma situação sempre desafiadora na prática clínica e que muitos acreditam que o uso de dispositivos ópticos é inviável.
Assistam o vídeo gravado durante o workshop do DAS meeting em Londres (nov/2017).

Abraço a todos e boas festas.

Equipe CTVA








sábado, 17 de junho de 2017

ROCURÔNIO VERSUS SUCCINILCOLINA - TOXICIDADE "IN VITRO"

Colegas,

Artigo interessante que acabou de ser divulgado pelo grupo alemão do Dr. Martin Sauer. Teve como objetivo usar células hepáticas "in vitro" para comparar a toxicidade de rocurônio e succinilcolina em concentrações diferentes.

Tanto o Rocurônio quanto a Succinilcolina são agentes utilizados para indução e intubação em sequencia rápida. 

O rocurônio é eliminado principalmente pelo fígado e a recuperação do bloqueio neuro-muscular fica prolongada em pacientes com falência hepática e o "clearence" é reduzido em pacientes com cirrose hepática principalmente por reduzir a re-captação hepática e excreção biliar. Em pacientes Child-Pugh A e B, o tempo para recuperação do TOF até 70% aumentou aproximadamente 40 min.

A succinilcolina pode ter a duração prolongada caso a concentração de colinesterase esteja reduzida em pacientes com falência hepática.

Observaram que a contagem e vitalidade das células foram significativamente menores em todas as concentrações de rocurônio quando comparado a succinilcolina.

O rocurônio causou uma diminuição significativa da viabilidade das células, síntese de albumina e citocromo 1A2. Apresentou-se hepatotóxico e a hepatotoxicidade foi dose dependente.

O mecanismo de hepatotoxicidade do rocurônio não está claro e necessita de mais investigações.
Obviamente que, modelos "in vitro"de hepatotoxicidade não conseguem demonstrar a real complexidade do fígado em humanos. Entretanto, modelos "in vitro" parecem ser superiores aos modelos animais para estudar toxicidade.

Concluiram que o rocurônio, mas não a succinilcolina, causou diminuição significativa da viabilidade, síntese de albumina e atividade do citocromo 1A2 das células testadas.

Para os amantes do rocurônio, esse trabalho começa a lançar um alerta pois nenhuma droga é isenta de efeitos colaterais e deve ser escolhida de forma individualizada de acordo com as características clínicas de cada paciente.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

SOCIETY FOR AIRWAY MANAGEMENT AND CTVA - PARTNERSHIP

O curso do CTVA em SP foi mais uma vez um sucesso. Vagas completas e presença da Dra. Loraine Foley-Pantano. A "Society for Airway Management" definiu que o curso do CTVA é "Endorsed" pela sociedade. Isso é motivo de muito orgulho para nós após dez anos de vida e muito trabalho para disseminar o manejo das vias aéreas em nosso país. Obrigado a todos os alunos que participaram do evento e a todos os instrutores e funcionários do CTVA que fazem do nosso evento um sucesso.
Agradecemos também aos nossos patrocinadores que aproximam o contato dos alunos com os dispositivos.
Abaixo seguem fotos do evento.
Loraine Foley juntos com alunos durante as aulas teóricas


Instrutores do CTVA


Dr. Mauricio do Amaral Neto, fundador do CTVA


Alunos durante a Simulação Realística


Claudia Melo e Loraine Foley(Presidente da Society for Airway Management) com os Sócios do CTVA


Espaço da Medtronic com seus produtos na área de expositores

CELMAT - Presente desde os primeiros eventos do CTVA

C.E.I - Representantes de dispositivo supraglótico durante o evento
Entrada da área de Expositores


Dr. Marcelo Sperandio Ramos na estação de Estiletes Ópticos


Instrutores do CTVA - Nosso orgulho!
Dr. Paulo Rogério Scordamaglio ensinando fibroscopia aos alunos com o simulador ORSIM.


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL - COMPARAÇÃO ENTRE VIDEOLARINGOSCÓPIO E LARINGOSCOPIA DIRETA NA UTI

Colegas,

A revista JAMA, nesse ano, acaba de publicar artigo feito em 7 diferentes terapias intensivas na França, comparando um videolaringoscópio e a laringoscopia direta em 371 pacientes adultos randomizados.





O objetivo foi comparar essas duas técnicas em um cenário de UTI onde o paciente em muitas das vezes não se apresenta em jejum e está na vigência de hipóxia.

Em todos os paciente foi realizada anestesia geral com hipnótico e bloqueador neuromuscular para intubação. Preferencialmente succinilcolina (1 mg/kg) e se contra-indicado, rocurônio 1 mg/kg e etomidato 0,2-0,3 mg/kg ou cetamina 2 mg/kg.

Foi escolhido o videolaringoscópio McGrath MAC, SEM fio guia, como recomenda o algoritmo francês. 

A primeira tentativa de intubação foi realizada por "experts" em via aérea em 16,2% dos casos e o restante por não "experts" (83,8%).

NÃO HOUVE diferença estatística entre os dois grupos na taxa de sucesso na primeira tentativa de intubação. Porém, a proporção de complicações graves (óbito, parada cardiorespiratória, PAM< 90 mmHg e hipoxemia severa SpO2<80%) foi maior no grupo videolaringoscopio (9,6%) quando comparado ao grupo laringoscopio convencional (2,8%) com intervalo de confiança de 95% (1,8% a 11,6%); P=.01

Os autores discutem que a melhor visualização da fenda glótica com o videolaringoscópio da a falsa sensação de segurança quando a intubação é feita por médicos que não são "experts".

O estudo teve a intensão de enfatizar que na maioria das vezes as intubações são realizadas por médicos menos experientes, não especialistas, principalmente fora do centro cirúrgico.

Concluiram que em pacientes que necessitam de intubação na UTI, o videolaringoscópio não melhorou a taxa de sucesso na primeira tentativa de intubação orotraqueal e foi associado a taxas maiores de complicações severas quando comparado ao laringoscópio direto. 

Gostaria de fazer alguns comentários:

1) Esse trabalho comparou um videolaringoscópio com lâmina de macintosh e o laringoscópio direto com lâmina de macintosh. Como usamos a mesma lâmina com a mesma curvatura, não é de se esperar que os resultados serão semelhantes???? O fato de ver em uma tela ou sob visão direta fazem diferença??? Na minha opinião, NÃO!!!!!

2) Os videolaringoscópios com laminas de macintosh convencional como o McGrath MAC e o C-MAC são excelentes para ensino e treinamento de médicos em formação mas obviamente não melhoram a taxa de sucesso na intubação pois se vocês tiverem a curiosidade de olhar diretamente a fenda glótica ao invés de olharem a tela do videolaringoscópio, terão a mesma imagem pois obrigatoriamente, com esse tipo de lâmina, necessitamos de um alinhamento dos eixos oral, faringeo e laringeo.

3)Portanto, dizer que o videolaringoscópio foi pior que o laringoscópio convencional, nesse trabalho, é muito simplista. Os autores colocam que deve-se fazer mais estudos. 

Para finalizar, acredito que, quando falamos e propagamos a ideia de videolaringoscopia, não estamos falando de laminas de macintosh ou miller. Queremos comparar lâminas mais anguladas, que podem fazer a diferença em pacientes com VAD.

Tudo que está escrito aqui é interpretação pessoal e não necessariamente reflete a intensão dos pesquisadores.


Daniel Perin