Na Revista Anesthesiology, em 2010, o Dr. John Forestner descreveu com muito cuidado a biografia do Dr. Francis J. Murphy; o idealizador do olho de Murphy.
Segue um resumo do artigo:
O Dr. Francis John Murphy nasceu em 11/03/1900 na cidade de Oldham, Dakota do Sul. Foi o primogênito de três filhos. Sempre gostou de ser chamado de Frank. Quando tinha 9 anos, sua família mudou para uma fazenda em Alberta (Canada). Quando acabou a escola, foi para a Universidade Gonzaga em Spokane (Washington). Ficou um ano e logo após pediu transferência para a Universidade de Alberta em Edmonton mas como essa universidade não oferecia o diploma médico, ele foi transferido para a Universidade McGill em Montreal (Canada), aonde terminou sua graduação em 1925.
Depois de graduado, casou-se com Anne Scullin, enfermeira nascida em Montreal e teve 2 filhas (Margaret e Elizabeth). Durante a Segunda Guerra Mundial, alistou-se na Marinha e foi Chefe da Anestesia no Hospital Naval de Pearl Harbor. Após a guerra, foi convidado para ser o Chefe de Anestesia da Universidade da California (São Francisco). No final da década de 50, foi dispensado pela universidade que alegou que seu programa de residência não tinha a qualidade necessária para o treinamento dos novos anestesiologistas.
Em 1953, comprou um rancho em "Hoodoo Valley" próximo a Spirit Lake, Idaho. Depois de sua saída da universidade, ele trabalhou em Montana de 1959 até sua aposentadoria em 1970. Faleceu 2 anos mais tarde de câncer de bexiga.
"OLHO DE MURPHY":
Os tubos traqueais foram usados pelas primeiras vezes em meados de 1930, confeccionados por anestesiologistas que tinham os seus próprios tubos derivados de catéteres uretrais e retais. Somente a partir da década de 40 que os tubos passaram a ser manufaturados.
Em 1941, Dr. Murphy, descreveu em seu artigo dois desenhos de cateteres intratraqueais introduzindo a idéia de que tubos multi-orificiais poderiam aumentar a segurança nas anestesias. Os tubos continham um orifício distal com corte diagonal (descrito por Magill duas décadas antes para facilitar a passagem do tubo pelas cordas vocais) e 1 ou 2 orifícios (ovais) na lateral do tubo para evitar a obstrução completa do tubo por muco. O Dr. Murphy não mencionou obstrução anatômica do orifício distal. Isso só foi comentado em um livro escrito por John Lundy em 1942.
Essa inovação alterou o formato dos tubos traqueais quase imediatamente. Era uma solução simples para dois problemas: obstrução anatômica e obstrução mecânica por secreções. A posição do "olho de Murphy" na parede lateral direita do tubo também ajuda na preservação da ventilação do óstio do lobo superior direito nos casos em que o tubo fica seletivo à direita. Não se sabe se o Dr. Murphy reconheceu essa vantagem relativa ao seu orifício lateral!
O Dr. Gillespie erroneamente, atribuiu os créditos da introdução de um balonete de insuflação no tubo para o Dr. Murphy. Porém, a colocação de um balonete foi sugerida inicialmente pelo Dr. Ralph Tovell (1901-1967) da Clinica Mayo.
O Tubo com balonete e "olho de Murphy" que o Dr. Murphy utilizou durante sua prática clínica continha suas iniciais inscritas na lateral ("F.J.M.").
O MAIOR LEGADO QUE O DR. MURPHY NOS DEIXOU E QUE JA DURA 70 ANOS FOI O "OLHO DE MURPHY"
Cordiais saudações,
Equipe CTVA
Foto do Dr. Murphy na Graduação. |
Depois de graduado, casou-se com Anne Scullin, enfermeira nascida em Montreal e teve 2 filhas (Margaret e Elizabeth). Durante a Segunda Guerra Mundial, alistou-se na Marinha e foi Chefe da Anestesia no Hospital Naval de Pearl Harbor. Após a guerra, foi convidado para ser o Chefe de Anestesia da Universidade da California (São Francisco). No final da década de 50, foi dispensado pela universidade que alegou que seu programa de residência não tinha a qualidade necessária para o treinamento dos novos anestesiologistas.
Comandante Frank J. Murphy |
"OLHO DE MURPHY":
Os tubos traqueais foram usados pelas primeiras vezes em meados de 1930, confeccionados por anestesiologistas que tinham os seus próprios tubos derivados de catéteres uretrais e retais. Somente a partir da década de 40 que os tubos passaram a ser manufaturados.
Em 1941, Dr. Murphy, descreveu em seu artigo dois desenhos de cateteres intratraqueais introduzindo a idéia de que tubos multi-orificiais poderiam aumentar a segurança nas anestesias. Os tubos continham um orifício distal com corte diagonal (descrito por Magill duas décadas antes para facilitar a passagem do tubo pelas cordas vocais) e 1 ou 2 orifícios (ovais) na lateral do tubo para evitar a obstrução completa do tubo por muco. O Dr. Murphy não mencionou obstrução anatômica do orifício distal. Isso só foi comentado em um livro escrito por John Lundy em 1942.
Obstrução Anatômica do orifício distal do tubo traqueal. |
Ilustração do formato do tubo traqueal descrito pelo Dr. Murphy. Na parte superior, estilete de metal para auxiliar a introdução do tubo traqueal. |
O Dr. Gillespie erroneamente, atribuiu os créditos da introdução de um balonete de insuflação no tubo para o Dr. Murphy. Porém, a colocação de um balonete foi sugerida inicialmente pelo Dr. Ralph Tovell (1901-1967) da Clinica Mayo.
O Tubo com balonete e "olho de Murphy" que o Dr. Murphy utilizou durante sua prática clínica continha suas iniciais inscritas na lateral ("F.J.M.").
O MAIOR LEGADO QUE O DR. MURPHY NOS DEIXOU E QUE JA DURA 70 ANOS FOI O "OLHO DE MURPHY"
Cordiais saudações,
Equipe CTVA
Muito bom!
ResponderExcluirPequenos detalhes podem fazer grande diferença !
ResponderExcluirO Olho de Murphy foi uma ideia baseada em profundo conhecimento anatómico, criatividade e busca por segurança e pode prevenir complicações obstrutivas durante a ventilação mecânica.
O Dr. Parker também avançou nesta aérea, redesenhando a ponta do tubo traqueal onde a extremidade distal tem uma angulação em direção a luz interna do tubo, parecendo como um "bico de papagaio", criou o Parker Flex Tip Tube. Esta apresentação evita que o tubo fique preso ou enganchado nos tecidos e estruturas faríngeas e laríngea, facilitando sua a progressão , principalmente quando orientados por um cateter guia ou um fibroscópio.