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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Sugammadex (there is no free lunch!!!)





Caros Colegas, acaba de sair um editorial na Anesthesiology desse mês sobre o uso racional do Sugammadex. Os autores (Aaron F. Kopman e Sorin J. Brull) foram muito felizes nas suas considerações comentando um artigo entitulado: Reversal of neuromuscular blockade with sugammadex at the reapearence of four twitches to train-of-four stimulation (Anesthesiology 2013; 119:36-42 Pongràcz A et al.)

Esse artigo comenta o custo de se usar sugammadex para todos os pacientes independente do TOF estar com um, dois ou quatro estímulos. Fazer suggamadex quando o bloqueio ainda é moderado (1 ou 2 estímulos do TOF) é justificado pois pode agilizar o tempo de sala operatória além de diminuir o tempo de RPA.

O artigo de Pongràcz confirma que o uso de neostigmina NÃO é totalmente efetivo para reverter o BNM prontamente e de forma confiável, mesmo quando tem-se 4 estímulos do TOF. Outra grande contribuição é a dose recomendada para reversão do BNM superficial com sugammadex. Os autores afirmam ainda que o grupo neostigmina (0,05mg/kg) apresentou média de recuperação TOF 1.0 de 8.7 minutos até 15 minutos sendo que por causa da exclusão de 4 pacientes e porque após 15 minutos  de espera eles pararam de analizar, talvez esse tempo seja ainda maior!
Além disso, doses de suggamadex de 0,25 mg/kg em situação de TOF com 0,40 revertem o bloqueio para 0,9 em até 5 min. Doses de 1,0 mg/kg quando o TOF começa a ser detectado, reverte o bloqueio TOF 1,0 em 2 minutos em média.


Kopman e Brull afirmam que para bloqueios onde utilizou-se rocurônio e está atuando com profundidade moderada, o uso de sugammadex apresenta um bom custo-benefício.

A grande dúvida é: O SUGAMMADEX é válido naqueles pacientes que já apresentam os 4 estímulos porém não atingiram TOF 0,9? Essa dúvida decorre do fato de cada ampola ainda apresentar grande custo para a realidade anestésica. Porém não pode-se esquecer dos pacientes com risco ventilatório na RPA (Apnéia do Sono, DPOC, Obesidade mórbida, esclerose múltipla e outras miopatias).

Colegas, o que devemos entender é que o uso de Bloqueador Neuromuscular deve-se acompanhar da monitorização com TOF. Isso é fundamental para se decidir a dose a ser realizada nos pacientes sem haver desperdício de dinheiro. É por isso que os autores colocam a frase "there is no such thing as a free lunch".

Boa Semana a todos.

Um comentário:

  1. Infelizmente a pratica da monitorização do bloqueio neuromuscular com estimuladores não é uma rotina na maior parte dos serviços de anestesia. Explicação : primeiro talvez pela falta de equipamentos disponíveis em larga escala nos centro-cirurgicos e segundo, e mais importante, pelo desconhecimento e déficit na formação dos nossos colegas.
    Com a introdução do SUGAMADEX este tema veio a tona novamente para discussão. Acho que junto com a questão de quando utilizar , também deveríamos orientar e estimular o uso correto baseado na dose adequada segundo a profundidade do bloqueio.

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